domingo, 31 de março de 2013

Cabo de guerra

Luzes apagadas, pulsação alterada, respiração ofegante, olhos lacrimejando, coração apertado e ao mesmo tempo se sentindo totalmente livre. E dentro de mim ecoa uma voz, uma que se parece com uma canção....aquela velha canção. E dentro de mim os entulhos começam a querer se mover, começam a querer sair do lugar. E dentro de mim escorre o choro, a saudade e a lembrança do que me levou a seguir uma vida com propósitos ao lado Daquele que me amou antes mesmo de eu imaginar existir. A disputa do cabo de guerra começa: eu de um lado e eu mesma do outro. A Germana com marcas versus a Germana com convicções eternas. O choro continua, mas a vontade de vencer a disputa de questionamentos é maior do que tudo o que me cerca. O cabo de guerra dá lugar às marcas e o meu corpo começa a sentir as dores e lembrar dos maus tratos, mas no mesmo instante a convicção eterna começa a se levantar, a se limpar da rasteira e se recupera...e puxa o cabo de guerra com todas as forças que lhe restam. Dominei por completo a competição, eu, a Germana com convicções eternas, mas me dei conta que a música tinha acabado...as luzes tinham acendido. 'É, acabou a brincadeira, acabou a disputa, disse inconsolável pra o meu coração.' 'Logo agora, logo no momento em que eu ia desvendar o meu próprio mistério, descobrir o porquê de tudo continuar bagunçado e sem sentido em minha cabeça!' 'Droga.' Puro engano. Arregalei meus olhos para os focos de luz e percebi que a brincadeira séria continuara dentro de mim. Não contei conversa. Como uma
boa vencedora dei a mão em respeito e consideração à minha oponente e tentei ajudá-la a levantar com o que de melhor e mais precioso eu tenho: a cura santa do Meu Salvador.

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