quarta-feira, 13 de junho de 2012

Inevitável perda

Perdi um dia desses um molho de chaves e sem elas tive que depender da boa vontade e paciência da minha mãe para sempre abrir as portas quando eu chegasse da rua. Já perdi o ônibus e cheguei atrasada na aula, que frustrante! Perdi um par tênis querido, perdi também roupas, minha carteira com os documentos (claro sem dinheiro algum dentro dela). Perder é na maioria das vezes pra mim muito doloroso, imagino que várias pessoas também sintam isso. Perder, é uma palavra tão forte, tão dura. A dimensão da coisa aumenta quando coloco nela pessoas. Amo pessoas, me apego a elas, tenho a mania de tentar fazer da rotina e vida dessas pessoas algo mais interessante, prazeroso, diferente, nobre... válido. É o meu jeitinho. E carambaaa, como eu me preocupo com elas! Mas pessoas vem, entram na nossa vida e de alguma forma vão embora, mesmo as vezes ficando na memória. Perdas. Elas doem, me fazem sofrer, me fazem chorar, mas também me fazem crescer. Perdi tantas coisas, tantas pessoas, mas nada se compara à perda de oportunidades... nessas daí eu fui campeã. Quanto a isso não quero mais me martirizar e nem lamuriar, porque o que me importa agora é prestar bastante atenção naquelas que virão e sem nenhum receio ou preconceito agarrá-las e viver o melhor que Deus tem pra mim. Pensando nisso me deparei com Deus. Vivi esse tempo inteiro me escondendo de mim mesma, me escondendo do sonho de Deus, me escondendo do próprio Deus. Existe um sonho que eu preciso viver. Existe um sonho de Deus que eu preciso me inserir e participar ativamente. E pra isso terei que perder minha vida. Essa é a condição: Terei que perder minha vida! Olho aqui pra o meu quarto, pra o meu ar condicionado, pra minha cama, pra minha casa, minha família e me dói. Perdas sempre doem em mim. "Quem todavia, perde a vida por minha causa acha-la-á" (Mat. 10:39b). "Mas o que para mim era lucro dei como perda por amor a Cristo Jesus, meu Senhor, do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo" (Fil 3:8). Deus tem algo, eu sei que tem! Ele quer a minha vida, assim como quis um dia a de Abraão (e quisera eu ter a mesma profundidade da fé dele). Não posso mais negar a minha vida ao meu Senhor, é inevitável. Eu vivendo a minha própria vida à minha própria maneira, sou incompleta, sou infeliz.

Termino esse texto me lembrando de Heloísa Rosa:

"Há um lugar onde os sonhos não se abortam, há um lugar onde o temor não me enrijece, há um lugar que onde se perde é que se ganha, esse lugar é no Senhor."

2 comentários:

  1. Muito boa reflexão, G. Eu e Ro temos vivido um momento mágico onde algo perdido há tempos agora nos foi devolvido. A vida tem dessas coisas. É um vai-e-vem danado q nos deixa tonto e, de repente, uma surpresa agradável se nos abre aos olhos...

    Perdi as esperanças muitas vezes na minha vida. E muitas vezes elas se renovaram. Quase desisti muitas vezes. Mas me mantive aqui. De pé. Esperando pelo melhor.

    Muitas coisas perdi e tive q aprender a ser desapegado. Isso até certo ponto é bom. Muitas coisas permaneceram perdidas e cairam no esquecimento. Já outras, como Ro, não estavam perdidas. Estavam guardadas. E bem guardadas nos braços do Deus da vida, só esperando o momento de se desvelar-se outra vez.

    Aguardemos sempre o melhor, amiga.

    Um cheiro.

    Obrigado pelo texto.

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